Museu dos Catos Moura Marques: Perguntas e respostas
PERGUNTAS:
● Como surgiu a ideia de criar este museu?
● Qual é o seu objetivo?
● Há quanto tempo existe?
● Está disponível aos alunos? Todos os dias, a todas as horas?
● Que atividades promove?
● Em que local da escola se localiza?
● Que papel o Museu dos Catos terá no desenvolvimento das competências referidas no “Perfil do Aluno”?
● Quais as sugestões para o melhoramento deste museu?
RESPOSTAS:
1. O Museu dos Catos Moura Marques foi criado para responder à necessidade de acolher uma coleção de suculentas, que o professor Henrique de Moura Marques, figura conhecida da sociedade lamecense, colecionou durante toda a sua vida. Dada a sua já frágil saúde, o professor do 1º ciclo do ensino básico, que nos últimos anos lecionou na Escola Lamego n.º 2 deste agrupamento, expressou a vontade de doar a coleção. Um grupo de amigos e colegas do professor, reconhecendo o alcance pedagógico da doação, fez as diligências necessárias e angariou os fundos para a criação do espaço físico que acolheu as plantas.
2. Os objetivos são principalmente três: proporcionar às plantas um habitat ideal para o seu desenvolvimento, criar um espaço pedagógico que funcione como extensão da sala de aula possibilitando a diversificação de contextos de aprendizagem, e projetar o agrupamento na comunidade lamecense através de visitas guiadas ao museu, entre outras ações.
3. O Museu dos Catos Moura Marques foi construído no ano letivo de 2012 – 2013. O transporte das plantas e a sua instalação no museu aconteceu na interrupção letiva do Carnaval de 2013.
4. Está disponível todos os dias, em horário letivo, desde que os senhores professores das várias disciplinas o queiram visitar. A chave do museu está disponível na central telefónica. Podem ainda ser solicitadas às docentes responsáveis pelo museu visitas guiadas, desde que os respetivos horários sejam compatíveis.
5. Dado que as ações que implicam interrupção das atividades letivas carecem de aprovação por parte do Conselho Pedagógico, existem constrangimentos na implementação de projetos que apresentem este cariz. Assim, as atividades desenvolvidas cingem-se ao período de tempo dos intervalos letivos e passam essencialmente por assinalar datas comemorativas, bem como as visitas ao museu.
6. O Museu dos Catos foi construído no espaço envolvente da escola sede do agrupamento, junto ao pavilhão oficinal, localizado sensivelmente a sudoeste deste pavilhão.
7. O Museu dos Catos pode contribuir para o desenvolvimento das seguintes competências e valores plasmados no perfil do aluno: curiosidade científica, sensibilidade estética e artística, bem-estar, saúde e ambiente.
8. O museu carece de vários melhoramentos do próprio edifício, como aumentar a luminosidade no espaço interior substituindo os painéis opacos da cobertura por outros translúcidos semelhantes aos já existentes, eliminar a infiltração das águas pluviais e substituir o substrato dos vasos infestado com Oxalis corniculata por outro mais saudável para o desenvolvimento das plantas.
A equipa do Museu dos Catos
Ana Maria Fonseca
Maria da Conceição Canelas
História do Museu dos Catos contada em versos
História do Museu dos Catos contada em versos
A história que vos vou contar
Tem um longo caminhar
Professor Moura Marques, de pera e boina
Passou trinta anos a colecionar.
Um lindo e simples presente,
Um dia à Zé, sua esposa, quis oferecer.
E vai daí o destino
Um cato, lhe ocorrer!...
O gosto pelos catos,
Desde então jamais parou.
Uns 4.500, por 350 espécies, em mais de 3 décadas
No quintal da Seara, ele albergou.
Ao longo desses longos anos
Com muito carinho os tratou.
De cada um, sabia seu nome, sua história
E por eles de muita coisa se privou.
Como docente que era,
A EB1 de Lamego n.º 2, algumas vezes presenteou.
Com bonitas exposições de catos,
Toda a comunidade educativa deliciou!...
Um dia este belo namoro,
Preocupações lhe começou a causar!
As suas forças iam sendo poucas,
Para com o mesmo cuidado os tratar.
Então, teve um pensamento:
- “Os meus catos tenho de doar.
As crianças de Lamego
Eu quero contemplar”.
Três anos da chegada do Museu dos Catos Moura Marques ao Agrupamento de Escolas da Sé - Lamego
Um percurso interessante…
do poder ser, ao Ser…, Ser, mas sem, deveras, se conhecer.
Os cavalos da cavalaria é que formam a cavalaria.
Sem as montadas, os cavaleiros seriam peões.
O lugar é que faz a localidade. Estar é ser.
Fernando Pessoa
Somos tantos… Dizem, mesmo, que somos demais… Mas, um de nós, foi diferente também na sua “mania”: colecionava catos… Gostava de SER assim.
Mais um professor, com tanto tempo de férias, que até se dava “ao luxo” de manter um hobby: regar, replantar, desparasitar e acarinhar, no seu quintal, perto de 5000 exemplares e 400 espécies dessas xerófitas que, para além de serem muito bem tratadas eram, ainda, «educadas» …Ouviam música!
Era uma vez… o professor Henrique de Moura Marques. Lecionou, nos últimos anos, na escola do 1.º ciclo Lamego n.º2, do Agrupamento de Escolas da Sé. Era um professor apaixonado pela Natureza e, como tal, do belo, do estético... Conhecia os nomes científicos das árvores, dos arbustos, das plantas rasteiras. Mas, a sua verdadeira paixão eram os catos – que, cá para nós, também ele os conhecia pelos seus nomes próprios…
Entretanto, como em todas as histórias, os cavalos dos príncipes ficam cansados e, o nosso herói tem de avançar, ferido e exausto, em nome do seu desejo, em busca da sua grande ambição: manter o seu “jardim” em pleno equilíbrio… A saúde faltou e ele queria concretizar o seu último sonho: entregar a coleção a algum organismo de Lamego, que além de a acolher, a tornasse sua, e que pudesse ser visitada por todos os que a almejassem conhecer: alunos, seus pais e familiares, turistas, visitantes de outras terras e lugares e, com ainda maior agrado, a sua tão conhecida e próxima comunidade Lamecense.
Na senda de uma busca por um lugar da localidade que recebesse “a sua criação desenvolvida ao longo de 40 anos de vida”, o professor Moura Marques – o professor da Boina – encontrou, no diretor do Agrupamento de Escolas da Sé, alguém que aceitou o desafio proposto Esta ação foi mediada por uma professora, colega e amiga do Moura Marques: estaria o sr. diretor disponível para se envolver e acreditar no projeto de criar um museu de catos na escola da Sé?
Perante esta possibilidade, e um tão bem recebido assentimento desse repto, um grupo de professoras nunca mais parou… E foram as diligências dos amigos e colegas, os patrocínios angariados e o apoio final da Câmara Municipal de Lamego, para fazer as mudanças logísticas, que permitiram a criação das instalações físicas necessárias ao acolhimento das espécies de que hoje, desde o dia 13 de fevereiro de 2013, tomaram o seu lugar, no que passou a ser chamado «Museu dos Catos Moura Marques».
Este museu nasceu de um sonho; o sonho foi concretizado com o trabalho dos amigos, e graças à generosidade dos Lamecenses. Mas… ainda não se encontra devidamente dado a conhecer. Conhecimento, de direito, pela sua beleza e novidade, e como obra de imponência inigualável, pela sua importância pedagógica e geradora de responsabilidade onde, quer na grande variedade existente, quer no equilíbrio das espécies entre si, o museu dos catos fala por si.
Só o fazer conquista o saber… Mas ainda somos poucos os que têm tempo, individual e institucional, para a dedicação devida a tão rara coletânea que se tem imposto, não pela divulgação interna, em papéis ou situações de ocasião, mas pelo testemunho daqueles a que a este museu se têm dedicado, de quem têm cuidado, do tão pouco que têm esperado e recebido, mas, sem dúvida, tendo garantido, continuarão a garantir o lugar que se fez localidade: Museu dos Catos Moura Marques.
Armanda Nascimento